domingo, 2 de fevereiro de 2014

Ficção-Realidade

Fui, senti-me observada, parecia que as pessoas até conseguiam ver o palpitar do meu coração e os fios condutores do meu pensamento.
Entrei na escola. Vi-o. Ele não reparou em mim, mais uma vez, eu estava interiormente paralisada. Fui apressadamente até à casa de banho e naquele enorme espelho sujo, consegui ver a minha imagem até à cintura. Vi reflectida uma adolescente cobarde, sem expressões mas com todos os sentimentos à flor da pele. Perguntei-me porque é que só ele não me via. GRITEI!
Depois de um dia de aulas, saí e apanhei balanço com o vento para ir até casa.
Deparei-me com o meu prédio, gigantesco. E, estupidamente, pensei: “Fodasse !Que prédio tão grande, nem conheço nenhum vizinho aqui.. que treta” e continuei a andar até casa.
Rastejei as minhas pernas até ao quarto e deixei cair o meu corpo sobre a cama, fechei os olhos e adormeci.
- Será que estava a fazer tudo bem? A julgar-me, a pensar em coisas insignificantes, a perder tempo a dormir, será que estou fazer bem as coisas?-
Acordei, com saudades dos seus olhos grandes, do nariz abatatado, da boca carnuda, do cabelo dourado, da pele, da maneira de andar e de falar, da sua voz límpida e suave. Mas esta melancolia foi interrompida com a espontânea vontade de ir dar uma volta perto do mar.. Saiu de casa sem dizer nada e vou até ao elevador. Pára no 10º. Eu entro. Carrego no zero, mas o elevador parou no 4º e a porta abriu-se. O meu coração parou imediatamente, olho para baixo, envergonhada por ver que ELE entrou no mesmo elevador que eu, por me aperceber que ELE é MEU vizinho, por estar ali, por tudo. Sem eu querer, a minha boca abriu-se e deu voz aos meus pensamentos : "Andas na minha escola..., tens uns olhos profundos..., uns lábios indessifráveis... e uma pessoa incrível que…
Beijou-me!

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